Tempo
de Trabalho Socialmente Necessário
Para
sobreviver a humanidade precisa produzir e consumir constantemente.
Na sociedade capitalista a Força
de Trabalho é vista como
uma dessas mercadorias. Mas ela é um tipo diferente de mercadoria,
pois no lugar de se esgotar, de ser consumida, ela produz
valor.
Tudo
o que criamos carrega para sempre o nosso trabalho. Assim, se
produzimos um botão, ele sempre terá uma parte do nosso trabalho
nele, do trabalho de quem extraiu o petróleo para que ele fosse
produzido, do trabalho de quem desenvolveu tecnologia para extrair o
petróleo e transformá-lo em plástico. Ou seja, os objetos
carregam os diversos trabalhos realizados para que ele pudesse ser
produzido. Assim, um botão, um pedaço de linha, se deixados sem
uso, são um trabalho morto.
Quando usamos essa linha e esse botão para produzir um casaco, por
exemplo, ressuscitamos esse trabalho, damos vida a ele novamente na
produção de uma nova mercadoria. E dessa forma, o valor de cada
mercadoria também vai incorporando os trabalhos necessários para
que ela pudesse ser produzida.
Fazendo
as Contas
Bem agora vamos precisar de uma
ajudinha da matemática. Nada demais, mas serve para lembrarmos que
nenhuma ciência vive sem a outra. Vamos lá. Vamos tentar descobrir
o que tem no valor de um produto que precisamos todo o inverno, um
casaco. Na aula passada a vimos que para produzir algo precisamos de
matéria-prima, de instrumentos de trabalho e claro, da força de
trabalho. Então suponhamos os seguintes valores:
R$ 100,00 – matéria-prima (nesse
valor já embutido o trabalho realizado para produzi-la)+
R$ 20,00 – desgaste dos
instrumentos+
R$ 30,00 – valor diário pago a cada
trabalhador/a do/a trabalhador/a+
______
R$ 150 - Valor do casaco
representado pela soma das diversas mercadorias que entraram na
produção
Ora, se todo o valor de um produto
corresponde ao que se gastou para produzi-lo, como se obtém lucro?
Mais-Valia
O
capitalista poderia aumenta o valor da mercadoria casaco para R$
200,00 e teria lucro. Mas a tendência é que todos os outros
capitalistas que produzem as matérias-primas necessárias para a
produção, fizessem o mesmo. Isso deixaria o sistema inviável.
Diante disso, não podemos buscar as bases do lucro capitalista na
compra e na venda das mercadorias e sim na sua produção.
Vejamos como isso se dá:
Imagine
um trabalhador com uma jornada de trabalho de nove horas. A cada três
horas ele produz um casaco. Nessas três horas ele já produziu uma
quantidade de trabalho correspondente ao valor do seu salário. Como
seu salário é pago por dia, as outras seis horas ele trabalhará
para produzir apenas para o capitalista, gerando um valor muito maior
do que o seu salário.
Observe a conta que fizemos acima,
onde o custo para produzir um casaco era de R$150,00. Mas agora pense
no trabalhador que em uma jornada de nove horas, produzindo um
casaco a cada três horas e ganhando os mesmos R$30,00. Perceba que o
capitalista obtém um valor muito maior:
R$ 120, 00 ( meios de produção:
matéria-prima + instrumentos) X 3 = R$ 360,00
R$
30,00 (salário)
________________
R$
390,00/3: 130,00
Mais-Valia Absoluta e Mais-Valia Relativa
Além disso, há outras duas formas de
se obter a Mais-Valia. Podemos aumentar as horas de trabalho,
fazendo com que o/a operário/a produza mais pelo mesmo salário.
Marx chamou isso de Mais-Valia Absoluta. Ou modernizamos os meio de
produção, como por exemplo, uma máquina que produz mais que o
modelo anterior com a mesma quantidade de tempo. Essa chamamos de
Mais-Valia Relativa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário